Rosas escritas
Eu dava-lhe rosas, ela dava palavras.
Escrevia-as nas pétalas
Com o olhar…
Um olhar que lhes tomava toda a cor
Em linhas sucessivas.
Às vezes enganava-se
E apagava tudo com um beijo.
E eu esquecia o engano.
Não mais me lembrava
Da palavra rasurada,
Apagada com um beijo.
Mas o beijo…
Ainda lembro cada um deles.
Eram vermelhos
...Como as rosas.
Foto: Silverdebster
6 Comments:
Caro Abílio
Belíssimo poema este, aliás, como os restantes.
De muito boa qualidade este seu blog, sem dúvida. É um prazer demorar-me por aqui.
Cumprimentos
Rosas
Meu campo está cheio de rosas em botões.
E espinhos existem mais do que as pedras no chão.
Não tenho como colher as rosas,
Pois meus pés não agüentam
A dor das pontas das pedras.
E mesmo se suportasse,
Eu não poderia pegar as rosas.
Os espinhos são grandes, afiados
E estão por toda parte
Mesmo sem exitar aos espinhos em minha carne,
Colheria somente botões.
Não adiantaria deixá-las na roseira,
Pois a gelidade da noite de ventos tempestuosos
Quebrariam as rosas e nunca desabrochariam,
E ali morreriam
E vão secar com o sol tórrido
Do dia abafado.
E nunca mais existirão rosas de nenhuma cor,
Pois só ali, naquela parte do meu coração
Elas foram cultivadas.
Os sofrimentos e as angústias
Fizeram a vida
Querer se extinguir em mim.
Então, não preciso mais viver,
E nem as rosas dentro de mim.
Cláudia E. W. Rigo
Excelente pedaço de texto, que se transforma num dos mais belos poemas que já li. grande abraço, continua.
Pedro
Sempre um parzer ler-te.
Bjos.
Gostei de conhecer o teu Blog...é um beijo sentido, não apagado e com alma
Tu escreves com alma de poeta, as tuas palavras têm melodia, parecem sonorizadas, baila-se a cada som que sai delas...
Um beijo grande com os desejos de um bom começo de semana
Mar Revolto
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