quarta-feira, novembro 30, 2005


Eras Vénus
E virgem.
Faltavam-te os braços
Tamanha era a imensidão do que querias agarrar.
Os mamilos saltavam-te
Como se todo o desejo estivesse naqueles dois pequenos pontos.
E o desejo…
Era escondido por uma túnica que se soltaria a qualquer momento.
E caíam flores,
Caíam flores em cachos dos teus cabelos em cachos desprendido.
E todas as flores eram de teu cabelo
E ele cheirava a flores
Como se todo o perfume estivesse enfrascado neles.
E eras luz
E de tão iluminada pela luz do teu próprio olhar e pelo desejo do meu…
Tudo antes de ti foi cinzento
Tudo depois de ti será cinzento
Mas agora
Até o cinzento
Tem mais cor
…e mais luz…


Foto: Jan Saudek

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

UMA NOITE, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.

'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.

De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos - beijá-la.

Era um quadro celeste!...A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...

Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!

E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P'ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...

Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
'Ó flor! - tu és a virgem das campinas!
'Virgem! - tu és a flor da minha vida!...

7:23 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Belo.

3:50 da tarde  
Blogger Walter said...

Gostei mm mt deste teu post!
um abraço
walter

7:24 da tarde  
Blogger lena said...

vi as tuas palavras de todas as cores
vi-as cheias de luz
e das flores caídas senti o perfume

delicioso o que escreves, são mágicas as palavras que nascem nas tuas mãos

beijinhos


lena

7:24 da tarde  
Blogger DT said...

Mais um hino à mulher!
O poema é um diamante!! Volúpia, desejo, amor. O poema tem tudo.

Abraço

10:11 da manhã  

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