sexta-feira, novembro 04, 2005

Correntes de Mar



Guardo no peito a imensidão em que és mar
E todo esse azul é pouco, junto-lhe o céu
No ponto preciso em que um no outro tocar
Mas és mais imensidão, e eu somente ilhéu

Guardo na voz embargos, incapaz de os evitar,
Nós duma garganta seca, de lágrimas mausoléu,
Que me prendem nas partidas, correntes de pesar,
Em condenações inevitáveis onde me julgo réu

Se, um dia, de meu coração todo o azul se abrir
Inundações de mar e céu em torrentes de sentir
Assolarão o vale do meu silêncio engasgado

Navegarás anos nos anos que ao azul falta cumprir
E verás o tempo que não nadaste a meu lado
Num desejo azul tão azul que é quase pecado…



Foto: Seaman ( ignora-se o autor )

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