terça-feira, outubro 11, 2005





As minhas mãos...as minhas mãos...
detêm torrentes de contrariedades
perdem arenosos punhados de vontades
Silenciam, em gestos, alguns dos meus nãos
Tudo nas minhas mãos...

As minhas mãos...quantas vezes as minhas mãos
Te seguram firmemente para que eu nao caia...?
Trancam portas de mim para que eu nao saia
De minhas vontades e abortivos desejos vãos
Tudo nas minhas mãos...

As minhas mãos...quantas vezes seguram as tuas!...
E prometem celebrar-te em estranhos rituais
Inventados por extintas tribos, povos irreais
E que ardem em si mesmas em chamas nuas
Tudo nas minhas mãos...

As minhas mãos... vazias do mais puro de ti
Prenhes do desejo das caricias quentes
que sempre permites, no amor que sentes,
a meus dedos impios, que eu não senti
Tudo nas minhas mãos

As minhas mãos...mãos cheias de impudor
Limitadas ao efémero desejo animal
Nunca viram que o que davas era amor
e que sempre se quiseram vazias, afinal
Tudo nas minhas mãos...
Nada nas minhas mãos...

2 Comments:

Blogger lena said...

sinto mãos amigas, dentro de casa ,mesmo que ela pareça fazia,
gostei muito do que li, as mãos dão-me força, dão-me... dão-me vida
dão-me vontade se segurar as minhas ...
belo o que escreves

um beijo

7:32 da tarde  
Blogger Maria Carvalho said...

Tudo e nada...lindo, Jorge. Gosto muito. Beijos

8:09 da tarde  

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