Aos poucos...
As tuas palavras
Tomam-me conta da boca
E eu poderia beijá-las
Como uma mãe beija um filho
Acabado de nascer,
Ensanguentado,
Sem nojo,
Porque é seu.
As tuas palavras também são minhas
E posso beijá-las
Com aquela vontade tão forte
Como quem dá o mundo,
Num beijo.
Poderia arrancá-las dos teus lábios
Com os meus.
Poderia respirá-las
Com os meus pulmões,
E soltá-las aos poucos
Para as poder ouvir
Sempre que quisesse…
Bastando-me expirá-las
Aos poucos…
E até podia devolver-tas
Em cada beijo
Aos poucos…
Foto:Linz Pflasterspektakel
5 Comments:
São belas as palavras que dão corpo ao teu poema. Grato pelo comentário nos "poemas de trazer por casa". Abraço
as tuas palavras tocam-me e fazem sempre os teus poemas serem cheios de muita força e belos
surpreendente o que escreves
beijinhos
lena
Só li o primeiro e já estou colada
às palavras. É assim quando se vive nelas e delas. Gostei muito. Há música, há ritmo. Há saber.
As tuas palavras... são suspiros que arranco de teus lábios,
são gotas salgadas... frescas... num beijo desejado ardentemente...
Muito bonito!
Um beijo doce poeta!
:)
Eugénio de Andrade leria, com um gosto imenso, este poema!
Mario Cesariny, com aquele sorriso bonito, declamá-lo-ia, e, com um ar gaiato, no fim, como se nele pegasse e o sentasse nas mãos, diria:"-Não é lindo? É mesmo lindo!"
Foi com um agrado imenso que vim a este blog.
Em boa hora o fiz!
Que belo espaço, este!
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