sexta-feira, novembro 04, 2005

Aos poucos...



As tuas palavras
Tomam-me conta da boca
E eu poderia beijá-las
Como uma mãe beija um filho
Acabado de nascer,
Ensanguentado,
Sem nojo,
Porque é seu.

As tuas palavras também são minhas
E posso beijá-las
Com aquela vontade tão forte
Como quem dá o mundo,
Num beijo.

Poderia arrancá-las dos teus lábios
Com os meus.
Poderia respirá-las
Com os meus pulmões,
E soltá-las aos poucos
Para as poder ouvir
Sempre que quisesse…
Bastando-me expirá-las
Aos poucos…

E até podia devolver-tas
Em cada beijo
Aos poucos…



Foto:Linz Pflasterspektakel

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

São belas as palavras que dão corpo ao teu poema. Grato pelo comentário nos "poemas de trazer por casa". Abraço

12:13 da manhã  
Blogger lena said...

as tuas palavras tocam-me e fazem sempre os teus poemas serem cheios de muita força e belos
surpreendente o que escreves

beijinhos

lena

12:23 da tarde  
Blogger Elipse said...

Só li o primeiro e já estou colada
às palavras. É assim quando se vive nelas e delas. Gostei muito. Há música, há ritmo. Há saber.

5:18 da tarde  
Blogger vero said...

As tuas palavras... são suspiros que arranco de teus lábios,
são gotas salgadas... frescas... num beijo desejado ardentemente...

Muito bonito!
Um beijo doce poeta!
:)

8:42 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eugénio de Andrade leria, com um gosto imenso, este poema!
Mario Cesariny, com aquele sorriso bonito, declamá-lo-ia, e, com um ar gaiato, no fim, como se nele pegasse e o sentasse nas mãos, diria:"-Não é lindo? É mesmo lindo!"
Foi com um agrado imenso que vim a este blog.
Em boa hora o fiz!
Que belo espaço, este!

2:15 da manhã  

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